Para que possamos estudar e compreender o século XX, é necessário recuperar alguns conhecimentos adquiridos no ano letivo anterior. Assim, seguem-se algumas ideias-síntese que te irão ajudar a relembrar e a sentir o cheirinho a História.
1. A ABERTURA AO MUNDO
· Muitos foram os condicionalismos geográficos, técnicos, sociais, económicos e políticos que lançaram os portugueses na Expansão Marítima dos séculos XV e XVI.
· A política expansionista de Portugal e Espanha agravou as rivalidades já existentes, conduzindo a uma política de mare clausum, à assinatura do Tratado de Tordesilhas e à divisão do mundo em duas partes iguais.
· Muitos foram os feitos de relevo praticados pelos navegadores portugueses, destacando-se a Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia (Vasco da Gama-1498) e a Descoberta do Brasil Pedro Álvares Cabral-1500).
· A descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, permitiu a abertura da Rota do Cabo e a ruína da antiga Rota do Levante.
· As costas Ocidental e Oriental Africanas e na Ásia, criaram-se várias feitorias de forma a melhor controlar o comércio nestas paragens. No Brasil instituiu-se o sistema de capitanias.
· A presença espanhola nos seus territórios da América do Sul, caracterizou-se por medidas de grande violência humana, económica e cultural, levando gradualmente à submissão total das civilizações ameríndias. · A descoberta e colonização de outros continentes deu origem a um mercado à escala mundial.
· Lisboa, Sevilha e, mais tarde, Antuérpia, assumiram o papel de principais centros do comércio dos produtos ultramarinos.
· Devido aos profundos contactos estabelecidos entre a Europa e os outros continentes, ocorreu um fenómeno de aculturação, que conduziu a grandes alterações do quotidiano.
2. OS NOVOS VALORES EUROPEUS
· O renascimento fundamentou-se na recuperação, imitação e superação dos modelos Clássicos da Antiguidade Greco-Romana.
· Em termos filosóficos, o Humanismo colocou o Homem no centro do Universo – antropocentrismo – defendendo uma cultura global e total.
· A criação da imprensa, a valorização da natureza e os descobrimentos marítimos, contribuíram, nesta época, para um alargamento do conhecimento do mundo e do próprio homem.
· A arte do Renascimento inspirou-se nos cânones greco-romanos, procurando o equilíbrio, a harmonia e a proporção de formas. Descobriu-se a técnica do óleo e a perspectiva linear.
· A arte portuguesa desta época encontrou soluções próprias, que deram origem a um estilo de cunho nacional: o Manuelino.
· Martinho Lutero contestou a actuação da Igreja Católica pela condenação pública da Bula das Indulgências do Papa Leão X. Essa contestação deu início à Reforma Protestante. Perante o avanço do movimento reformista, a Igreja Católica promoveu a Contra-Reforma.
3. O IMPÉRIO PORTUGUÊS E A CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL
· Diversos factores levaram ao declínio do Império Português do Oriente, tendo sido iniciada então a exploração sistemática do Brasil.
· Após o exclusivo económico dos países ibéricos, determinado no Tratado de Tordesilhas e defendido pela doutrina do mare clausum, diversos países do centro europeu (Holanda, Inglaterra e França) lançam-se nos seus processos de expansão, de acordo com uma nova política de mare liberum.
· Depois do poderio de Lisboa e Sevilha, o mundo económico assistiu à ascensão económica de Antuérpia ( 1ª metade do século XVII) e de Amesterdão (2ª metade do século XVII).
· A segunda metade do século XVI assistiu ao auge do Império Espanhol, bem como à União Ibérica que, ao longo de 60 anos, se revelou desastrosa para os interesses nacionais.
· Um longo período de descontentamento conduziu a um clima de revolta que culminou no movimento de Restauração da Independência Nacional, a 1 de Dezembro de 1640.
4. ABSOLUTISMO E MERCANTILISMO NUMA SOCIEDADE DE ORDENS
· A sociedade do Antigo regime era uma sociedade de Ordens, baseada na tradicional hierarquia trinitária: Clero, Nobreza e Povo.
· Politicamente, o Antigo Regime correspondeu ao fortalecimento do poder régio, assumindo um carácter de forte absolutismo.
· Para fazer face à crise económica que afectou a Europa durante o século XVII, surgiram medidas que tentavam promover as manufacturas e o mercado interno de cada país. Esta nova doutrina- Mercantilismo – tinha por máxima exportar o máximo; importa o mínimo, tendo sido implantada em França por Colbert e introduzida em Portugal pelo Conde da Ericeira.
· Em termos artísticos, os finais do século XVI assistiram às primeiras manifestações de Arte Barroca. Este novo estilo contrapôs uma certa agitação de formas e o gosto pelo dramatismo e pela ostentação à serenidade e equilíbrio da Arte do Renascimento. Em Portugal, adquiriram larga expressão a talha dourada e o azulejo.
· A reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755, obedeceu a moldes modernos e a critérios que tinham por objectivo a normalização social face ao poder absoluto do monarca. A Praça do comércio, enquanto símbolo do poder burguês, constitui igualmente um sinal de mudança social e de ascensão deste grupo. Sto. António dos Olivais (Coimbra)
5. A CULTURA E O ILUMINISMO EM PORTUGAL FACE À EUROPA
· A ciência moderna nasceu e desenvolveu-se entre os séculos XVII e XVIII com a implementação do método experimental. Cientistas e homens de conhecimento como Galileu, Newton, Descartes, basearam-se na observação da Natureza, na matemática e no uso da Razão.
· As ciências da natureza ganharam um novo estatuto, igualmente graças aos aperfeiçoamentos técnicos e às viagens de exploração que deram a conhecer locais do mundo ainda inexplorados.
· Durante o século XVIII surgiu o movimento iluminista. Os seus teóricos acreditavam na razão e no progresso, no direito do Homem à felicidade, à igualdade, à liberdade e à justiça. Criticavam o poder absoluto e a sociedade de ordens e, em contrapartida propunham a separação de poderes e a soberania popular. Rapidamente estas ideias se espalharam por toda a Europa, através das academias, dos salões, da maçonaria, da Enciclopédia, dos clubes e dos cafés.
· Em Portugal, destacam-se a acção dos estrangeirados e as reformas pombalinas no campo da educação.
6. A REVOLUÇÃO AGRÍCOLA E O ARRANQUE DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
· No século XVIII as regiões do Norte e do Noroeste da Europa abandonaram gradualmente as culturas agrícolas tradicionais, adoptando novas técnicas e processos que lhes permitiram obter uma maior produtividade – Revolução Agrícola.
· Vários factores positivos permitiram o aumento significativo da população europeia – Revolução Demográfica.
· A diminuição da mortalidade, o crescimento populacional e o desenvolvimento comercial e industrial deram origem ao progresso das cidades – Crescimento Urbano.
· Diversos condicionalismos específicos conduziram a Inglaterra a um lugar prioritário na industrialização da sua economia – Revolução Industrial.
· Na Revolução Industrial salientou-se a descoberta de uma nova fonte de energia – o vapor – e de um engenho capaz de utilizá-la – a máquina a vapor.
7. AS REVOLUÇÕES LIBERAIS
· O descontentamento das colónias britânicas da América do Norte levou a um clima de revolta que culminou com a independência das 13 colónias inglesas. A Declaração da Independência, de 1776, afirma que os homens possuem certos direitos inalienáveis: a vida, a liberdade, a busca da felicidade. A Constituição de 1787 instituiu uma república federal, levando à prática o princípio iluminista da separação dos poderes.
· A crise generalizada do Antigo Regime teve repercussões particulares em França. Aqui, o Terceiro Estado revoltou-se contra a ordem social vigente, segundo um processo revolucionário que marca, igualmente, o início da Idade Contemporânea – Revolução Francesa, 1789.
· O processo revolucionário francês desenvolveu-se por etapas, terminando com o triunfo da Burguesia e a subida de Napoleão ao poder.
· Os objectivos imperialistas de Napoleão, conduziram à invasão de Portugal (1807 – 1811) e a uma consequente crise generalizada no nosso país.
· A difusão das ideias liberais, conduziu a um processo revolucionário que culminou com a Revolução Liberal de 1820 e, posteriormente, com a primeira Constituição Portuguesa – 1822.
· Entre 1823 e 1834, Portugal foi palco de uma violenta guerra civil que opôs liberais e absolutistas. Venceria a facção de D.Pedro IV, triunfando a Monarquia Constitucional.
8. O MUNDO INDUSTRIALIZADO NO SÉCULO XIX
· Primeiro a Inglaterra e, depois, outras potências da Europa e do Mundo, com destaque para a Alemanha, EUA e Japão,lançaram-se num processo de industrialização que marcou todo o século XIX.
· A industrialização permitiu o desenvolvimento dos transportes (caminhos de ferro e barcos a vapor), o aumento da circulação de produtos e pessoas e a intensificação dos mercados nacionais e internacionais. Foram aplicadas novas fontes de energia como o petróleo e a eletricidade e desenvolveram-se novas indústrias, sobretudo nos ramos da siderurgia, química e material eléctrico.
· Desenvolveu-se o liberalismo económico, o qual aplicou o conceito de liberdade à produção, ao trabalho, aos preços e aos salários.
· O século XIX presenciou um forte crescimento demográfico e urbano, bem como profundas transformações sociais (Grande burguesia, Proletariado), que conduziram a revoltas e lutas sociais. Surgiram os sindicatos e os movimentos socialistas (doutrinas que se propunham reorganizar a sociedade com base em princípios mais justos e igualitários, abolindo-se a exploração do homem pelo homem).
· Ocorreu igualmente um grande movimento de renovação literária, científica e artística Romantismo,Realismo, Impressionismo, Arquitetura do ferro).
9. O CASO PORTUGUÊS
· A primeira metade do século XIX foi marcada por uma profunda instabilidade política e social (as invasões francesas, o conflito luso-espanhol, a independência do Brasil e as lutas liberais), contribuindo para o atraso da industrialização e da modernização do país.
· A partir de meados do século, surgiu um novo período de estabilidade política, de desenvolvimento económico e de criação de infra-estruturas, a REGENERAÇÃO, personalizado no ministro das Obras Públicas, Fontes Pereira de Melo, grande responsável pelo incremento da rede de transportes rodoviários e ferroviários.
· Apesar do progresso verificado na indústria, nomeadamente nos têxteis, no tabaco, nas cerâmicas, nos vidros e nas conservas, continuaram a predominar as manufacturas familiares e o país manteve a situação de dependência económica em relação aos países mais industrializados.
· O grande surto demográfico, a ruína dos pequenos proprietários e o tímido desenvolvimento industrial arrastaram milhares de portugueses para a emigração, nomeadamente para o Brasil, em busca de melhores condições de vida.
· A nova burguesia liberal assumiu formas e estilos de vida que até então tinham caracterizado as classes dominantes do Antigo Regime. Os seus representantes passaram a ser conhecidos como barões do liberalismo. · O operariado ganhou consciência de classe, associando-se em sindicatos (em 1853 surgiu o Centro Promotor de Melhoramentos da Classe Laboriosa).
1. A ABERTURA AO MUNDO
· Muitos foram os condicionalismos geográficos, técnicos, sociais, económicos e políticos que lançaram os portugueses na Expansão Marítima dos séculos XV e XVI.
· A política expansionista de Portugal e Espanha agravou as rivalidades já existentes, conduzindo a uma política de mare clausum, à assinatura do Tratado de Tordesilhas e à divisão do mundo em duas partes iguais.
· Muitos foram os feitos de relevo praticados pelos navegadores portugueses, destacando-se a Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia (Vasco da Gama-1498) e a Descoberta do Brasil Pedro Álvares Cabral-1500).
· A descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, permitiu a abertura da Rota do Cabo e a ruína da antiga Rota do Levante.
· As costas Ocidental e Oriental Africanas e na Ásia, criaram-se várias feitorias de forma a melhor controlar o comércio nestas paragens. No Brasil instituiu-se o sistema de capitanias.
· A presença espanhola nos seus territórios da América do Sul, caracterizou-se por medidas de grande violência humana, económica e cultural, levando gradualmente à submissão total das civilizações ameríndias. · A descoberta e colonização de outros continentes deu origem a um mercado à escala mundial.
· Lisboa, Sevilha e, mais tarde, Antuérpia, assumiram o papel de principais centros do comércio dos produtos ultramarinos.
· Devido aos profundos contactos estabelecidos entre a Europa e os outros continentes, ocorreu um fenómeno de aculturação, que conduziu a grandes alterações do quotidiano.
2. OS NOVOS VALORES EUROPEUS
· O renascimento fundamentou-se na recuperação, imitação e superação dos modelos Clássicos da Antiguidade Greco-Romana.
· Em termos filosóficos, o Humanismo colocou o Homem no centro do Universo – antropocentrismo – defendendo uma cultura global e total.
· A criação da imprensa, a valorização da natureza e os descobrimentos marítimos, contribuíram, nesta época, para um alargamento do conhecimento do mundo e do próprio homem.
· A arte do Renascimento inspirou-se nos cânones greco-romanos, procurando o equilíbrio, a harmonia e a proporção de formas. Descobriu-se a técnica do óleo e a perspectiva linear.
· A arte portuguesa desta época encontrou soluções próprias, que deram origem a um estilo de cunho nacional: o Manuelino.
· Martinho Lutero contestou a actuação da Igreja Católica pela condenação pública da Bula das Indulgências do Papa Leão X. Essa contestação deu início à Reforma Protestante. Perante o avanço do movimento reformista, a Igreja Católica promoveu a Contra-Reforma.
3. O IMPÉRIO PORTUGUÊS E A CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL
· Diversos factores levaram ao declínio do Império Português do Oriente, tendo sido iniciada então a exploração sistemática do Brasil.
· Após o exclusivo económico dos países ibéricos, determinado no Tratado de Tordesilhas e defendido pela doutrina do mare clausum, diversos países do centro europeu (Holanda, Inglaterra e França) lançam-se nos seus processos de expansão, de acordo com uma nova política de mare liberum.
· Depois do poderio de Lisboa e Sevilha, o mundo económico assistiu à ascensão económica de Antuérpia ( 1ª metade do século XVII) e de Amesterdão (2ª metade do século XVII).
· A segunda metade do século XVI assistiu ao auge do Império Espanhol, bem como à União Ibérica que, ao longo de 60 anos, se revelou desastrosa para os interesses nacionais.
· Um longo período de descontentamento conduziu a um clima de revolta que culminou no movimento de Restauração da Independência Nacional, a 1 de Dezembro de 1640.
4. ABSOLUTISMO E MERCANTILISMO NUMA SOCIEDADE DE ORDENS
· A sociedade do Antigo regime era uma sociedade de Ordens, baseada na tradicional hierarquia trinitária: Clero, Nobreza e Povo.
· Politicamente, o Antigo Regime correspondeu ao fortalecimento do poder régio, assumindo um carácter de forte absolutismo.
· Para fazer face à crise económica que afectou a Europa durante o século XVII, surgiram medidas que tentavam promover as manufacturas e o mercado interno de cada país. Esta nova doutrina- Mercantilismo – tinha por máxima exportar o máximo; importa o mínimo, tendo sido implantada em França por Colbert e introduzida em Portugal pelo Conde da Ericeira.
· Em termos artísticos, os finais do século XVI assistiram às primeiras manifestações de Arte Barroca. Este novo estilo contrapôs uma certa agitação de formas e o gosto pelo dramatismo e pela ostentação à serenidade e equilíbrio da Arte do Renascimento. Em Portugal, adquiriram larga expressão a talha dourada e o azulejo.
· A reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755, obedeceu a moldes modernos e a critérios que tinham por objectivo a normalização social face ao poder absoluto do monarca. A Praça do comércio, enquanto símbolo do poder burguês, constitui igualmente um sinal de mudança social e de ascensão deste grupo. Sto. António dos Olivais (Coimbra)
5. A CULTURA E O ILUMINISMO EM PORTUGAL FACE À EUROPA
· A ciência moderna nasceu e desenvolveu-se entre os séculos XVII e XVIII com a implementação do método experimental. Cientistas e homens de conhecimento como Galileu, Newton, Descartes, basearam-se na observação da Natureza, na matemática e no uso da Razão.
· As ciências da natureza ganharam um novo estatuto, igualmente graças aos aperfeiçoamentos técnicos e às viagens de exploração que deram a conhecer locais do mundo ainda inexplorados.
· Durante o século XVIII surgiu o movimento iluminista. Os seus teóricos acreditavam na razão e no progresso, no direito do Homem à felicidade, à igualdade, à liberdade e à justiça. Criticavam o poder absoluto e a sociedade de ordens e, em contrapartida propunham a separação de poderes e a soberania popular. Rapidamente estas ideias se espalharam por toda a Europa, através das academias, dos salões, da maçonaria, da Enciclopédia, dos clubes e dos cafés.
· Em Portugal, destacam-se a acção dos estrangeirados e as reformas pombalinas no campo da educação.
6. A REVOLUÇÃO AGRÍCOLA E O ARRANQUE DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
· No século XVIII as regiões do Norte e do Noroeste da Europa abandonaram gradualmente as culturas agrícolas tradicionais, adoptando novas técnicas e processos que lhes permitiram obter uma maior produtividade – Revolução Agrícola.
· Vários factores positivos permitiram o aumento significativo da população europeia – Revolução Demográfica.
· A diminuição da mortalidade, o crescimento populacional e o desenvolvimento comercial e industrial deram origem ao progresso das cidades – Crescimento Urbano.
· Diversos condicionalismos específicos conduziram a Inglaterra a um lugar prioritário na industrialização da sua economia – Revolução Industrial.
· Na Revolução Industrial salientou-se a descoberta de uma nova fonte de energia – o vapor – e de um engenho capaz de utilizá-la – a máquina a vapor.
7. AS REVOLUÇÕES LIBERAIS
· O descontentamento das colónias britânicas da América do Norte levou a um clima de revolta que culminou com a independência das 13 colónias inglesas. A Declaração da Independência, de 1776, afirma que os homens possuem certos direitos inalienáveis: a vida, a liberdade, a busca da felicidade. A Constituição de 1787 instituiu uma república federal, levando à prática o princípio iluminista da separação dos poderes.
· A crise generalizada do Antigo Regime teve repercussões particulares em França. Aqui, o Terceiro Estado revoltou-se contra a ordem social vigente, segundo um processo revolucionário que marca, igualmente, o início da Idade Contemporânea – Revolução Francesa, 1789.
· O processo revolucionário francês desenvolveu-se por etapas, terminando com o triunfo da Burguesia e a subida de Napoleão ao poder.
· Os objectivos imperialistas de Napoleão, conduziram à invasão de Portugal (1807 – 1811) e a uma consequente crise generalizada no nosso país.
· A difusão das ideias liberais, conduziu a um processo revolucionário que culminou com a Revolução Liberal de 1820 e, posteriormente, com a primeira Constituição Portuguesa – 1822.
· Entre 1823 e 1834, Portugal foi palco de uma violenta guerra civil que opôs liberais e absolutistas. Venceria a facção de D.Pedro IV, triunfando a Monarquia Constitucional.
8. O MUNDO INDUSTRIALIZADO NO SÉCULO XIX
· Primeiro a Inglaterra e, depois, outras potências da Europa e do Mundo, com destaque para a Alemanha, EUA e Japão,lançaram-se num processo de industrialização que marcou todo o século XIX.
· A industrialização permitiu o desenvolvimento dos transportes (caminhos de ferro e barcos a vapor), o aumento da circulação de produtos e pessoas e a intensificação dos mercados nacionais e internacionais. Foram aplicadas novas fontes de energia como o petróleo e a eletricidade e desenvolveram-se novas indústrias, sobretudo nos ramos da siderurgia, química e material eléctrico.
· Desenvolveu-se o liberalismo económico, o qual aplicou o conceito de liberdade à produção, ao trabalho, aos preços e aos salários.
· O século XIX presenciou um forte crescimento demográfico e urbano, bem como profundas transformações sociais (Grande burguesia, Proletariado), que conduziram a revoltas e lutas sociais. Surgiram os sindicatos e os movimentos socialistas (doutrinas que se propunham reorganizar a sociedade com base em princípios mais justos e igualitários, abolindo-se a exploração do homem pelo homem).
· Ocorreu igualmente um grande movimento de renovação literária, científica e artística Romantismo,Realismo, Impressionismo, Arquitetura do ferro).
9. O CASO PORTUGUÊS
· A primeira metade do século XIX foi marcada por uma profunda instabilidade política e social (as invasões francesas, o conflito luso-espanhol, a independência do Brasil e as lutas liberais), contribuindo para o atraso da industrialização e da modernização do país.
· A partir de meados do século, surgiu um novo período de estabilidade política, de desenvolvimento económico e de criação de infra-estruturas, a REGENERAÇÃO, personalizado no ministro das Obras Públicas, Fontes Pereira de Melo, grande responsável pelo incremento da rede de transportes rodoviários e ferroviários.
· Apesar do progresso verificado na indústria, nomeadamente nos têxteis, no tabaco, nas cerâmicas, nos vidros e nas conservas, continuaram a predominar as manufacturas familiares e o país manteve a situação de dependência económica em relação aos países mais industrializados.
· O grande surto demográfico, a ruína dos pequenos proprietários e o tímido desenvolvimento industrial arrastaram milhares de portugueses para a emigração, nomeadamente para o Brasil, em busca de melhores condições de vida.
· A nova burguesia liberal assumiu formas e estilos de vida que até então tinham caracterizado as classes dominantes do Antigo Regime. Os seus representantes passaram a ser conhecidos como barões do liberalismo. · O operariado ganhou consciência de classe, associando-se em sindicatos (em 1853 surgiu o Centro Promotor de Melhoramentos da Classe Laboriosa).