sexta-feira, 5 de agosto de 2011

COLÓNIAS PORTUGUESAS

Colónias portuguesas
No século XX, de uma maneira geral, para os países europeus que se tinham expandido pelo mundo, a existência de colónias era uma mais valia e motivo de orgulho.
Esta atitude também se verificava em Portugal. 
O património colonial era considerado como espólio dos feitos dos portugueses durante o período glorioso da Expansão (Descobertas - séculos XV/XVI). Criou-se assim uma espécie de mística que foi assumida como filosofia oficial do Regime do Estado Novo.
As colónias portuguesas tiveram um papel muito importante para Portugal, não só a nível económico, mas também político.
Com o Estado Novo (1922 - 1974), as colónias passaram a ter um papel mais activo no panorama nacional. Salazar enviou colonos para as colonizar, criou escolas portuguesas e vinculou o ensino da língua portuguesa nesses territórios.
Por outro lado, o mapa "Portugal não é pequeno" mostrava um território nacional muito vasto, com o objectivo de pôr em relevo a grandiosidade do espaço português. Realizaram-se várias exposições, como a do Mundo Português (1940), em Lisboa, sempre com o mesmo objectivo.
Na década de 60, com o surgimento de movimentos independentistas, inicia-se a guerra do Ultramar. Então, Portugal assiste ao seu esvaziamento, pois muitos fogem, emigrando, enquanto outros pedem asilo político. Há também um grande número de militares que parte para as colónias.
Os movimentos independentistas das colónias portuguesas
Bandeiras
dos Movimentos de Libertação
das ex-colónias portuguesas]
Após a II Guerra Mundial e a criação da ONU, a afirmação do direito inalienável dos povos à independência criou uma conjuntura favorável à emergência de movimentos anticolonialista. É neste contexto que chegam a Lisboa, para cursar as universidades portugueses muitos estudantes africanos: Agostinho Neto que se licencia em Medicina, Amílcar Cabral, em Agronomia, etc.. Em 1944, por iniciativa do ministro das colónias é criada a Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa, com uma delegação em Coimbra que viria a ser segundo informações da PIDE em 1951 alfobre de elementos que desenvolvem campanhas anti situacionistas. Grande parte destes estudantes participou nas lutas académicas de 1962 e saiu clandestinamente de Portugal para ingressar nos movimentos de libertação dos respectivos países.
Em Angola, em 1956, foi criado o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) que ficou sob a presidência de Agostinho Neto e recebia apoio da União Soviética. Em 1959, com o apoio dos Estados Unidos, é criada a UPA (União dos Povos de Angola), liderada por Holden Roberto e que em Março de 1961 desencadearia as primeiras acções armadas no norte de Angola. A UPA daria mais tarde lugar à FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), com o apoio do Zaire. Em 1966, uma cisão na FNLA resulta na criação da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) liderada por Jonas Savimbi, bailundo e que no início dos anos 70 entrará em compromisso com o exército português.
Em Moçambique sob a liderança de Eduardo Mondlane, é criada em 1962 a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique). Em 1970, depois do assassinato de Mondlane, Samora Machel assume a presidência da FRELIMO.
Na Guiné, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde surge em 1956, presidido por Amílcar Cabral.
Em São Tomé e Príncipe também foi constituído um movimento de libertação que nunca chegou a iniciar a luta armada (MLSTP) e em Timor os diversos movimentos de libertação apenas se constituíram depois do 25 de Abril de 1974 (FRETILIN, UDT e Apodeti).
CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - Estados-membros

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